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Atividade musical pode ser ferramenta para abrir caminhos à mobilidade social no Brasil

Atividade musical pode ser ferramenta para abrir caminhos à mobilidade social no Brasil

Empresas e empreendedores sociais utilizam da arte para transformar vidas e erradicar a pobreza através do empreendedorismo social

A arte sempre foi um canal de expressão e resistência, mas, nos últimos anos, com o advento das plataformas de streaming está se consolidando também como uma das mais potentes ferramentas de mobilidade social no Brasil. Em periferias urbanas, especialmente através da música, jovens vêm transformando realidades de vulnerabilidade em carreiras sólidas. Mais do que entretenimento, o trabalho artístico tornou-se sinônimo de dignidade, geração de renda e um caminho concreto para a erradicação da pobreza.

Essa informação já é estatística. Por exemplo, segundo a Unesco, o setor cultural é responsável por mais de 2% do PIB mundial e, em países como o Brasil, vem crescendo acima da média global. No recorte social, o impacto é ainda mais expressivo. Um levantamento do Ipea aponta que a participação de trabalhadores da cultura oriundos de periferias cresceu cerca de 30% na última década.

Esses números refletem uma tendência. Quando jovens recebem oportunidades para desenvolver seus talentos artísticos, a arte deixa de ser apenas vocação e passa a ser também projeto de vida. Nesse cenário, o protagonismo de empreendedores e empresas de desbravam esse mercado com um propósito social tem sido decisivo. Um exemplo é a mineira Maria Laura Tergilene, fundadora e CEO da Fábrica Criativa. Reconhecida por sua atuação de impacto social, Maria Laura criou um modelo inovador que alia capacitação gratuita, gestão de carreira e suporte empresarial a jovens músicos.

Seu propósito é claro, oferecer à juventude em situação de vulnerabilidade a chance de trilhar caminhos profissionais sustentáveis por meio da música. “Acreditamos que cada jovem tem dentro de si um potencial transformador. A música é a linguagem que conecta esse talento ao mundo, e nossa missão é abrir portas para que esse dom se torne carreira, renda e dignidade”, explica Maria Laura.

Além da dimensão econômica, a iniciativa também atua como mecanismo educacional. “Nós utilizamos a própria música como instrumento de capacitação. Há mais de cinco anos, a Fábrica Criativa vem realizando workshops gratuitos e, desta forma, construímos uma plataforma educacional que já acolheu mais de 1.300 jovens carentes. O reflexo disso é uma maior consciência de classe e também um enriquecimento cultural valioso para que ocorra um impacto socioeconômico nas comunidades”, completa a CEO da Fábrica Criativa.

Ao colocar a música como protagonista, Maria Laura Tergilene reafirma seu papel como uma das principais vozes do empreendedorismo social no Brasil. Um trabalho que demonstra, na prática, como a criatividade pode ser uma das mais sólidas estratégias para mudar o futuro.

Como a Fábrica Criativa empreende a serviço da inclusão

Criada em Belo Horizonte, a Fábrica Criativa já capacitou centenas de jovens de comunidades periféricas, oferecendo cursos técnicos, workshops de produção musical, mentorias de carreira e suporte para apresentações públicas. O modelo vai além da formação: a empresa atua também como gestora de carreiras, ajudando artistas a circularem em palcos, festivais e plataformas digitais.

O resultado é visível. Diversos talentos formados pela Fábrica Criativa já alcançaram destaque em seus territórios e se sustentam exclusivamente da música, rompendo ciclos de vulnerabilidade. Para Maria Laura, cada trajetória de sucesso é também um ato de resistência e de impacto coletivo. “Quando um jovem consegue viver da sua arte, ele não só transforma a própria vida, mas inspira toda uma comunidade a acreditar que é possível vencer”, reforça.

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